domingo, 22 de maio de 2011

Defeitos, Qualidades e Paradoxos


Quando olho-me no espelho, encontro apenas defeitos. Quando avalio minha vida, vejo apenas erros e imperfeições. Há vezes, que acredito estar certa, mas, em meio a minha certeza, sinto que há algum equívoco.
Algumas pessoas - amigas, é claro! - vêem em mim qualidades que eu não encontro. Os defeitos parecem sobressair-se mais... Parecem mais visíveis. Quando elogiam-me, sinto-me ofendida, porque, muitas vezes, não acredito, não posso receber um elogio que não me pertence, que não é meu. Tenho características que poderiam ser consideradas admiráveis, mas que considero como banais, simples.
Tenho noções de certo e errado que abalam toda a tentativa de aproximação das pessoas. Não sou daquelas que deixam-se levar pelas adulações, sou aquela que habituou-se às críticas...

Eu sou Insegura... Confiante... Mal-humorada... Humorada... Infeliz... Feliz... Chata... Legal... Inconveniente... Presente... Carente... Amorosa... Solitária... Altruísta... Fria... Carinhosa... Ausente... Presente...

Não sou perfeita... Sou um paradoxo sem fim.

domingo, 8 de maio de 2011

We learn how to live alone



One of the truest things I’ve ever heard is this: we come into this world alone, and we leave it the same way. Companionship is only borrowed—encountered along the road, from one end to the other. It comes in many shapes: family, friends, lovers… But no one is ever entirely alone.

People often ask why I am always by myself. The truth is I enjoy it. I like the quiet of my own thoughts, unbroken, uninterrupted. The greatest loneliness, I believe, is the kind that strikes when you are surrounded by people. And so I find it easier to meet life this way.

We learn solitude through trial. After stumbling so many times, I’ve discovered that the best companion is my own self. Depending on others—leaning on them, caring for them—only leads to pain when they fade away, leaving nothing but distant, scattered memories. Loneliness, by comparison, feels gentler.

That isn’t to say it is never hard. It is. Very hard. It feels like a child on Christmas morning with nothing to unwrap— as if unworthy of reward. Life grants us many gifts, yes, but not the final one, the ultimate prize.

Still, I carry no resentment. Never. I step back not out of bitterness, but because I care too much. I would rather remove myself than force my solitary presence—so heavy, at times—on those who don’t need it.

Solitude, for me, is a strategy. A refuge. A quiet harbor where I can rest, where I can hide.
Of course, I envy those who live surrounded by people and find joy in it. Of course, I would like to be among them. But that isn’t in my nature. Mine is a darker one—sorrowful, reserved, always a step apart.

So I have learned to live alone.
And I do not know if I will ever unlearn it.

domingo, 17 de abril de 2011

Quero III - Verdade


O que eu quero na realidade
Não tem função...
Não tem vazão..
Não tem razão...
Não em explicação...

O que eu quero na realidade?
Sumir?
Suprir?
Ferir?
Mentir?

O que eu quero na realidade?
Deixar para trás toda minha história?
Passar pelas eliminatórias?
Superar e conquistar a vitória?

O que eu quero na realidade é
Sanidade!
Verdade!
Amizade!
Felicidade!

O que eu quero na realidade é
O outono e as folhas caindo...
Meu caminhar seguindo...
Talvez, dormindo...
Eu e todo mundo sorrindo...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quero II - Desassossego



O que eu quero, afinal?
A confusão?
A abstração?
Um sinal?

Saber quem sou?
Saber o que passou?
Saber o que faço?
Saber o que desfaço?

O que quero?
Absorver o presente?
Reviver o passado mero?
Advinhar o futuro ausente?

Quero fim aos meus dias de paz.
Quero fim ao meu desassossego.
Quero saber como se faz.
Quero viver em confuso sossego.

Quero dia.
Quero noite.
Quero alegria.
Quero desabores.

Quero algo simples.
Quero o simples.
Quero o complexo.
Quero o sem nexo.

Quero liberdade.
Quero falsidade.
Quero inventividade.
Quero longevidade.

Quero existir.
Quero insistir.
Quero sorrir.

Quero a presença.
Quero a ausência.
Quero a constância.
Quero a discordância.

Quero o mundo,
E, quero o nada.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Aquilo Que Faz Mais Falta


O que te faz falta?
Aquele amigo que estava sempre presente, que te ligava todo dia, com quem conversava até altas horas?
Aquele parente que foi morar longe e de quem você não tem notícias há anos?
Daquilo que você já possuiu, que preenchia o vazio e que teve que abrir mão?
Daquele momento em que você se sentiu mais feliz, completo?
Das coisas que passaram e não voltam?
Dos momentos que viveu, dos quais restam apenas breves e nebulosas recordações?
Do que você sente mais falta?
Daquele abraço no momento certo?
Daquela palavra dita como consolo?
Do momento que passou?
Das notícias que não recebeu?
Daquilo que não viveu?
Isso é aquilo que faz mais falta.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Existe


Existe a constância?
Existe o fracasso?
Existe a glória dos dias passados?
Existe?

Existe a meta a ser alcançada?
Existe a vida a ser vivida?
Existe a alma gêmea?
Existe?

Existe algo por viver?
Existe o futuro?
Existe o fim das coisas?
Existe?

Existe o pensamento?
Existe a consciência?
Existe a paciência?
Existe?

Existem as perguntas?
Existem as respostas?
Existem?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Momentos


Todos os momentos vividos são únicos. São momentos que podem ser classificados em bons e ruins.
Os bons são inúmeros que mal podemos recordar cada um com detalhes. Os ruins, porém, nos marcam de tal forma que vivemos consumidos pelo medo de que eles possam, novamente acontecer.
Os traumas são os que mais nos marcam, os mais penetrantes. Marcam quem você será, quem você é. Você passa a se definir por aquilo que viveu, por aquele momento ruim. Muitas vezes, não pode seguir em frente e isso afeta sua vida em diversos aspectos. Passa a viver uma vida incompleta. Sente-se insegura. Sente-se infeliz.
A maneira como lidamos com os maus acontecimentos, afeta a sua visão e o modo como nos comportamos. É mais forte do que você. Por mais que nos forcemos a seguir em frente, sem nos afetarmos muito, a lembrança permanece, marcada aqui dentro.
Acabamos nos privando de outros momentos, que poderiam ser ótimos, por medo de que o mau possa ocorrer novamente, ou de que a lembrança atrapalhe e transforme um momento que poderia ser ótimo em um pesadelo sem fim.
Vivo minha vida de acordo com o que eu acredito ser o correto. Muitas coisas boas e ruins ocorreram. São fatores que ajudaram a formar a pessoa que eu sou hoje. Deixo me levar pelo que eu entendo ser o correto. Tenho meus problemas e minhas neuras. Sigo adiante. Tenho medo, claro. Mas, sigo apenas.