domingo, 5 de junho de 2011

Inverno


Bem vindo seja, inverno!
Vieste em boa hora. Vieste não como um visitante indesejado, mas como o amigo mais esperado. O frio é acolhedor! O sol nada abrasador é revigorante! Não és morte, és possibilidade de renascimento!

domingo, 22 de maio de 2011

Defeitos, Qualidades e Paradoxos


Quando olho-me no espelho, encontro apenas defeitos. Quando avalio minha vida, vejo apenas erros e imperfeições. Há vezes, que acredito estar certa, mas, em meio a minha certeza, sinto que há algum equívoco.
Algumas pessoas - amigas, é claro! - vêem em mim qualidades que eu não encontro. Os defeitos parecem sobressair-se mais... Parecem mais visíveis. Quando elogiam-me, sinto-me ofendida, porque, muitas vezes, não acredito, não posso receber um elogio que não me pertence, que não é meu. Tenho características que poderiam ser consideradas admiráveis, mas que considero como banais, simples.
Tenho noções de certo e errado que abalam toda a tentativa de aproximação das pessoas. Não sou daquelas que deixam-se levar pelas adulações, sou aquela que habituou-se às críticas...

Eu sou Insegura... Confiante... Mal-humorada... Humorada... Infeliz... Feliz... Chata... Legal... Inconveniente... Presente... Carente... Amorosa... Solitária... Altruísta... Fria... Carinhosa... Ausente... Presente...

Não sou perfeita... Sou um paradoxo sem fim.

domingo, 8 de maio de 2011

A Gente Aprende a Viver Sozinho


Uma das maiores verdades que já ouvi é essa: Cada qual vem a esse mundo só e dele sairá só. A companhia vem durante o trajeto de uma ponta a outra. As companhias podem ser variadas: Família, Amigos, Amores... Sozinho ninguém nunca está de verdade.
Muitas pessoas questionam-me por que estou sempre sozinha. Bem, gosto de estar só, gosto de pensar e não ter meu fluxo de idéias interrompido por aqueles que me rodeiam (a maior solidão é quando estamos rodeados de pessoas). Além do mais, é mais fácil encarar a vida assim.
A gente aprende a viver sozinho! Quando se tropeça tantas vezes no caminho, acaba descobrindo que companhia melhor é a sua própria. Para mim, é doloroso demais contar, me apoiar ou importar com pessoas que em pouco tempo desaparecerão completamente da minha vida, tornando-se lembranças longínquas, escassas. A solidão é mais fácil.
Não digo com isso que estar sempre só não seja difícil. Sim, é. Muito difícil. Pensa na sensação de uma criança no dia de natal que não recebeu nenhum presente! A sensação é a mesma! Como se não fossémos dignos de recompensa. Ganhamos muitas coisas na vida, mas sabemos que o prêmio final, derradeiro não receberemos!
Não quero dizer com isso que guardo qualquer ressentimento. Não, nunca. Excluo-me, justamente, por me importar demasiadamente com elas. Não tenho a intenção de forçar minha presença solitária, muitas vezes, ofensiva, às demais pessoas.
Solidão é uma estratégia, um refúgio, um porto seguro em que me apoio, me escondo...
Claro, que invejo àqueles que têm uma vida rodeados de pessoas e sentem-se felizes. É claro que gostaria de estar no meio deles... Mas, não é da minha natureza! Minha natureza é triste e tende a se manter distante, fechada.
Assim, aprendi a viver sozinha e não sei se desaprendo.

domingo, 17 de abril de 2011

Quero III - Verdade


O que eu quero na realidade
Não tem função...
Não tem vazão..
Não tem razão...
Não em explicação...

O que eu quero na realidade?
Sumir?
Suprir?
Ferir?
Mentir?

O que eu quero na realidade?
Deixar para trás toda minha história?
Passar pelas eliminatórias?
Superar e conquistar a vitória?

O que eu quero na realidade é
Sanidade!
Verdade!
Amizade!
Felicidade!

O que eu quero na realidade é
O outono e as folhas caindo...
Meu caminhar seguindo...
Talvez, dormindo...
Eu e todo mundo sorrindo...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quero II - Desassossego



O que eu quero, afinal?
A confusão?
A abstração?
Um sinal?

Saber quem sou?
Saber o que passou?
Saber o que faço?
Saber o que desfaço?

O que quero?
Absorver o presente?
Reviver o passado mero?
Advinhar o futuro ausente?

Quero fim aos meus dias de paz.
Quero fim ao meu desassossego.
Quero saber como se faz.
Quero viver em confuso sossego.

Quero dia.
Quero noite.
Quero alegria.
Quero desabores.

Quero algo simples.
Quero o simples.
Quero o complexo.
Quero o sem nexo.

Quero liberdade.
Quero falsidade.
Quero inventividade.
Quero longevidade.

Quero existir.
Quero insistir.
Quero sorrir.

Quero a presença.
Quero a ausência.
Quero a constância.
Quero a discordância.

Quero o mundo,
E, quero o nada.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Aquilo Que Faz Mais Falta


O que te faz falta?
Aquele amigo que estava sempre presente, que te ligava todo dia, com quem conversava até altas horas?
Aquele parente que foi morar longe e de quem você não tem notícias há anos?
Daquilo que você já possuiu, que preenchia o vazio e que teve que abrir mão?
Daquele momento em que você se sentiu mais feliz, completo?
Das coisas que passaram e não voltam?
Dos momentos que viveu, dos quais restam apenas breves e nebulosas recordações?
Do que você sente mais falta?
Daquele abraço no momento certo?
Daquela palavra dita como consolo?
Do momento que passou?
Das notícias que não recebeu?
Daquilo que não viveu?
Isso é aquilo que faz mais falta.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Existe


Existe a constância?
Existe o fracasso?
Existe a glória dos dias passados?
Existe?

Existe a meta a ser alcançada?
Existe a vida a ser vivida?
Existe a alma gêmea?
Existe?

Existe algo por viver?
Existe o futuro?
Existe o fim das coisas?
Existe?

Existe o pensamento?
Existe a consciência?
Existe a paciência?
Existe?

Existem as perguntas?
Existem as respostas?
Existem?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Momentos


Todos os momentos vividos são únicos. São momentos que podem ser classificados em bons e ruins.
Os bons são inúmeros que mal podemos recordar cada um com detalhes. Os ruins, porém, nos marcam de tal forma que vivemos consumidos pelo medo de que eles possam, novamente acontecer.
Os traumas são os que mais nos marcam, os mais penetrantes. Marcam quem você será, quem você é. Você passa a se definir por aquilo que viveu, por aquele momento ruim. Muitas vezes, não pode seguir em frente e isso afeta sua vida em diversos aspectos. Passa a viver uma vida incompleta. Sente-se insegura. Sente-se infeliz.
A maneira como lidamos com os maus acontecimentos, afeta a sua visão e o modo como nos comportamos. É mais forte do que você. Por mais que nos forcemos a seguir em frente, sem nos afetarmos muito, a lembrança permanece, marcada aqui dentro.
Acabamos nos privando de outros momentos, que poderiam ser ótimos, por medo de que o mau possa ocorrer novamente, ou de que a lembrança atrapalhe e transforme um momento que poderia ser ótimo em um pesadelo sem fim.
Vivo minha vida de acordo com o que eu acredito ser o correto. Muitas coisas boas e ruins ocorreram. São fatores que ajudaram a formar a pessoa que eu sou hoje. Deixo me levar pelo que eu entendo ser o correto. Tenho meus problemas e minhas neuras. Sigo adiante. Tenho medo, claro. Mas, sigo apenas.