sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E no fim...


O pé-de-guaco no jardim deu flores... Havia anos que não nos agraciava com as flores primaveris e com o aroma acolhedor. Parecia que previa, que desejava prestar sua última homenagem àquele que o apresentou. O chá de guaco, porém, não possui o mesmo sabor... 
As bananeiras e os cafezais há muito já não produzem ou florescem. Perderam o viço e definham à um canto do jardim. As rapaduras não possuem mais o mesmo sabor adocicado que marcou a infância perdida. Tudo perdeu a graça e simplicidade... Definhou e acabou. 
Todo o início de história possui um ponto final. Toda vida deverá um dia terminar. Toda pessoa humana irá encontrar-se no fim de um túnel de onde não se pode mais sair, onde apenas haverá uma luz a lhes guiar, deixando saudades aos que permanecem, muitas vezes, também a espera da aproximação de seu ponto final, em meio as tantas vírgulas que aparecem no caminho. 
A saudade é a certeza de que passaram entre nós. As lembranças permanecem em cada canto da memória e da casa da infância. A cada segundo ecoa o som da tosse seca, da voz rouca, do cheiro de guaco e cafezal. 
Passaram como dois guias, como os chefes de duas família distintas. Da minha família. 

RIP Vô Antonio e Vô João

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